sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A escolha é nossa, a escolha é Nobre

Se dia 23 votarmos Cavaco, o PSD e o CDS vão festejar, se votarmos Alegre o PS e o BE vão festejar, se votarmos Francisco Lopes o PCP vai festejar, se votarmos Fernando Nobre vão todos reflectir, e talvez algo mude. A mudança nunca deve ser uma promessa de alguém, mudar mudamos nós quando quisermos, sem promessas, sem gritos, sem medo, com acções, com convicções, com votos.
Sou céptico por natureza, e mais que confiar em palavras bonitas, em reportagens comoventes, ou em promessas sentidas, confio na história, e a história mostra-nos que se um Homem não tiver ou sangue azul, ou um exército sanguinário, ou um partido politico a apoiá-lo, nunca representará um país. Felizmente para mim, e infelizmente para o meu cepticismo nato, nasci no país e no seio de um povo que provavelmente mais vezes já rescreveu a história, e que pode começar a rescreve-la de novo dia 23. Nenhum analista político o espera, nenhum partido o deseja, nenhuma das já célebres agências de rating sabe como reagir a isso, e nós, apenas nós, sabemos que pode acontecer, e mais singular ainda do que poder acontecer, depende de nós para acontecer.
Meus caros, não vai ser fácil, nada que dependa de nós é fácil, mas se for necessário, vamos fazê-lo, e só é necessário se realmente acontecer. Os partidos políticos pedem para não o fazermos, a comunicação social diz para não o fazermos, o comodismo implora para não o fazermos, o coração não sei o que vos diz, mas por uma vez façamos algo de acordo com a razão, com a nossa razão, porque a razão não é mais do que aquilo em que mais profundamente acreditamos.
O que nos dizem todos os dias é que somos um povo derrotista, falido e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) à porta, e que aquilo que precisamos é de um presidente que de preferência esteja profundamente ligado com um dos partidos que mais anos esteve no governo. O que não nos dizem, o que as agências de rating que lucram à nossa custa todos os dias parecem não querer ouvir, e o que lhes podemos dizer bem alto dia 23, é que já caímos e nos levantámos muitas vezes, que já demos novos mundos ao mundo, que já passámos e continuamos a passar por grandes sacrifícios e mesmo assim quando vemos alguém, alguns ou muitos que precisam de ajuda ajudamos sempre, que nos cansámos de seguir um caminho em que os interesses partidários valem cada vez mais e nós cada vez menos, que não queremos apenas pertencer à história, queremos escrevê-la desta vez.
Não critico nem enalteço a seriedade, competência ou percurso de vida de nenhum dos candidatos, não sou graxista nem piegas, quase todos estamos com “a corda ao pescoço” e mesmo assim aguentamos firmes de pé, todos os dias os partidos políticos fazem queixinhas uns dos outros, e, quais miúdos de infantário, nunca assumem culpas próprias, por isso é dever de quem está farto dizer basta. E mais que isso vou votar Fernando Nobre porque é um Homem em quem acredito, e isso para mim chega, chamem-me jovem, chamem-me louco, chamem-me sonhador, chamem-me Português, mas para mim liberdade ainda é votar em quem acredito.

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