quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Espelhos

Dizem que os olhos são os espelhos da alma, mas às vezes uma alma tem tanto e um olhar diz tão pouco, por isso se inventou a palavra escrita e falada dizem-me então, mas há tantas mentiras que elas nos ajudam a dizer, e tantas verdades que elas nunca servirão para contar. Dizem-me que mais que isso apenas temos o tempo, e nessas palavras sábias eu julgo perceber, quantos belos poemas e poderosas palavras já o tempo escutou, quantos profundos olhares ele já apadrinhou, e quão intransigente a ignorância Humana continua, perpetuando-se, apenas o tempo sabe a verdade, a verdade que nós lhe contámos.

Fim de ciclo

Amanhã é o meu último dia de aulas do curso, agora vêem as férias de Natal, depois os exames, o estágio, e a tese no fim, depois acaba. Este semestre foi o que me pareceu passar mais rápido dos meus tempos de estudante,tudo uma questão de perspectiva, porque as horas duram todas o mesmo, e a vida de estudante é quase sempre boa, mas quando ela acabar, vou precisar de tempo para pensar, consolidar, e avançar, por isso quando este ciclo acabar, vou viajar, fazer qualquer coisa de diferente, uns meses pelo menos, o quê, para onde, o que for, onde tiver que ser.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tempo

Depois de um feriado em que não fiz quase nada, ocorreu-me que desperdicei tempo, e nada pode ser pior que desperdiçar tempo, porque a vida é feita dele, e por isso viver seria desperdiçar tempo, se a morte fosse eterna, e assim só me ocorre dizer, ainda bem que só o tempo é eterno.

A estrela

-Estás a ver aquela estrela?
-Estou sim.
-Fecha os olhos agora então.
-Já fechei, mas para quê?.
-Imagina que estamos a entrar numa nave que viaja muito rápido, descolamos, partimos, e dão-nos algo para dormir durante a viagem. Quando voltamos a acordar, já estamos a entrar na atmosfera de um dos planetas que gira em torno daquela estrela, tudo é belo porque estamos juntos na imensidão do espaço, não importam as cores e as texturas, a outrora nossa estrela é um ponto pouco brilhante no vazio, estamos tão longe de tudo, e continuo tão perto de ti.
-Continua, não me apetece abrir os olhos agora.
-Não te preocupes, nós nunca os abrimos.